Entrevista concedida à revista mensal PENTHOUSE de Julho de 2011, edição Portuguesa.

A entrevista completa está disponível em PDF para download, mas aqui ficam algums excertos.

O que é ser um apostador profissional?

Aquilo que faço é diferente do que faz a maioria dos apostadores. Analiso o mercado e o jogo para encontrar apostas de valor. Depois, tento ganhar dinheiro com a variação do valor da aposta, o chamado trading.

Aposta apenas no futebol ou também costuma apostar noutras modalidades?

Já apostei em todas as modalidades que se possa imaginar, mas cedo percebi que era no futebol que obtinha os melhores resultados. No início desta minha actividade, fazia muitos jogos. Até cheguei a apostar no campeonato finlandês!

Depois optei por especializar-mo nos campeonatos inglês e espanhol.

Como escolhe os jogos que quer analisar?

Começo com uma análise detalhada de todos os jogos que posso fazer com base em alguns critérios, particularmente a liquidez do próprio jogo. Um jogo do Barcelona ou do Real Madrid tem mais gente a ver e mais gente a apostar do que um jogo do Getafe.

Outro critério é ver se o jogo é equilibrado ou não. Pode interessar-me mais um jogo equilibrado entre equipas do meio da tabela do que um jogo em que o Barcelona recebe o último classificado.

Sente mais responsabilidade quando está envolvido muito dinheiro?

Houve uma altura em que sim, particularmente quando tomei a decisão de largar tudo. Não foi fácil justificar-me à minha família. Actualmente, não sinto pressão nenhuma. E isto por uma única razão: eu sei o que é não ter nada e percebi que o dinheiro, por si só, não traz felicidade.

Quando é que teve noção de que poderia ganhar dinheiro com as apostas?

Quando apostava 50 euros e tinha regularmente, lucro de cinco. Pode parecer pouco, mas eu olhava para aquele valor não como cinco euros, mas como 10 por cento. E isso é muito.

E qual é, então, a sua equipa favorita?

O Atlético de Madrid, sem sombra de dúvida, porque, historicamente, é uma equipa maníaco-depressiva. Varia muito rapidamente entre a euforia e o desespero entre épocas, durante a época e até durante o próprio jogo. É capaz de estar a ganhar em casa contra o último classificado com mais um jogador e deixar-se empatar, tal como é capaz de ganhar ao Barcelona depois de ter estado a perder por 3-0.

Se pudesse apostar num campeão português na próxima época, em quem apostaria?

À partida, apostaria no Porto, uma vez que é o favorito. Mas depende do prémio que oferecessem pela sua vitória.


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Curiosidade:

O título da Entrevista “Toque de Midas” é uma expressão popular que está associada ao Rei Grego do ano 700a.C. que transformava em ouro tudo aquilo em que tocava.

A história que nos veio da mitologia grega resultou na expressão aplicável às pessoas que contrariando o que acontece com os restantes mortais, conseguem ganhar dinheiro com relativa facilidade, sendo sempre bem sucedidas em todos os empreendimentos que realizam.

Para esses indivíduos o normal é ninguém reconhecer a capacidade e competência que possuem, porque todos eles, na voz do povo, possuem o “toque de Midas”.

fonte: Fernando Dannemann, contador de histórias.

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