Esclarecimento em relação às últimas reportagens:

Introdução:

Foram-me feitos pedidos para participar nas duas últimas reportagens de igual forma que me fizeram para participar em todas as outras anteriores, argumentando que gostariam de contar a minha experiência de vida enquanto apostador profissional.
Tal como em todas as anteriores, apenas vi a reportagem ao mesmo tempo que todos os demais espectadores, no entanto, desagradou-me ver o resultado final de ambas, onde, do meu ponto de vista, foi dado um enfoque errado, e onde julgo que não saiu valorizada a imagem dos apostadores em geral.
Foram cometidas falhas jornalísticas graves ao induzir claramente os espectadores em erro através de afirmações falsas ou omissões de informação com claro prejuízo para a imagem dos apostadores.

Reportagem: “Vício do jogo”

De uma forma geral, esta reportagem transmite a ideia de que há apostadores que ganham, mas que a maioria perde e (simultaneamente) endivida-se, sendo pois o jogo um flagelo a combater.

Combater o vício do jogo

Sendo coerente com o que digo desde sempre, julgo que, as pessoas que são viciadas no jogo devem ser ajudas e tratadas. Mais, deve haver um esforço de deteção e prevenção de comportamentos desviantes.

No entanto, tal não implica combater o jogo em si, e a maioria dos jogadores que utiliza o jogo de forma saudável que retiram do mesmo prazer e, os melhores, recompensa financeira.
De igual forma que, pelo facto de uma minoria de pessoas da sociedade serem compradores compulsivos, não se decreta os centros comerciais como um flagelo de toda a nação.

Ideia errada: ganhar com as apostas é fácil

É um facto que os critérios jornalísticos usados nas reportagens em que participei podem transmitir a ideia que ganhar com as apostas é fácil e que está ao alcance de qualquer um.
Lamento. Lamento não ser verdade, e lamento esta ideia ser passada nas peças jornalísticas.

No entanto, deixo claro que não tenho qualquer intervenção na edição das reportagens e que apenas vejo o resultado final no próprio dia da emissão, tal como todos os demais espectadores.

Em todas as reportagens que concedo explico que, ganhar dinheiro de forma consistente com as apostas não está ao alcance de qualquer um, e que, tal como acontece com os jogadores de futebol, não basta querer ser, é preciso adquirir as competências necessárias e ter nascido com as qualidades inatas.

Por isso, aconselho todos aqueles que se quiserem iniciar nas apostas a começarem com pouco dinheiro, e apenas a aumentarem o valor das apostas quando e se os resultados positivos aparecerem de forma consistente.

Tenho a consciência tranquila em relação a esta matéria. Não posso controlar as reportagens, mas no que depende de mim, faço questão que esta informação passe. Por isso, quem acompanha o meu trabalho, é “bombardeado” com este aviso, desenvolvido em várias conselhos, no meu site, nas redes sociais que intervenho, no meu livro, nas sessões de esclarecimento que ofereço, nos meetings que organizo, nos workshops em que sou convidado, nas aulas que leciono, nos vídeos que gravo, e vários encontros da comunidade.

Reportagem: “Sexta às 9”

O enfoque desta reportagem foi dado no facto de nós, apostadores, não pagarmos impostos diretos fruto do rendimento obtido através das apostas que ganhamos. Para o comum dos portugueses, e sobretudo agora, que lhe são exigidos sacrifícios extraordinários, revolta, obviamente, ver alguém que não paga impostos e que está feliz na vida.

Não concordo, de todo, com a opção jornalística de omitir as justificações dadas em relação a esta matéria,  o que originou que tenham sido dadas informações falsas e tenham sido induzido em erro os espectadores.

Por exemplo: Frases como “o Paulo Rebelo ganhou um salário mínimo durante esta reportagem” são falsas.
O Paulo Rebelo ganhou 40% de um salário mínimo em Portugal porque 60% dos ganhos são retidos na fonte para pagar os custos do sistema e os impostos extraordinários que as casas de apostas sediadas aqui (UK) têm que pagar para que os apostadores não paguem diretamente impostos sobre o jogo.
No Reino Unido, onde a atividade está regulada, os apostadores pagam, obviamente, os impostos decorrentes da sua atividade. Porém o legislador entendeu ser melhor que o façam de forma indireta, aplicando um imposto extraordinário às casas de apostas que o repercutem aos apostadores, quer através de taxas, no caso das bolsas de apostas (que podem chegar, como no meu caso, a 60%), ou através de uma redução dos prémios a receber (odds mais baixas) no caso das casas de apostas tradicionais (modelo este que é defendido pelo ANAon para ser aplicado em Portugal).

Do meu ponto de vista, teria todo o interesse para a reportagem, ponderar se as taxas pagas pelos apostadores residentes em Portugal deveriam refletir-se no orçamento de estado Português através de uma iminente regulamentação, ou, como até agora, refletir-se no orçamento de estado do país onde está sediada a casa de apostas (aproveito para referir que foi explicada por mim esta situação à jornalista). O que não pode ser feito, é ignorar de todo, as taxas pagas pelos apostadores.

Consideração final:

Não sendo condenável do ponto de vista jornalístico (são opções editoriais que respeito), gostaria de fazer a seguinte consideração:
Quer numa reportagem, quer noutra, tive o cuidado de preparar os jogos em que ia entrar e fiz questão de explicar detalhadamente, antes do jogo começar, o que previa que fosse acontecer, e como poderíamos tirar partido da leitura que fizera do jogo. Ambas leituras e táticas de abordagem ao jogo revelaram-se certeiras, e por isso ganhei em ambos jogos.
Lamento que nenhuma das reportagens tenha mostrado este registo. Seria pedagógico para a comunidade de apostadores atual. E, sobretudo, faria com que não fosse transmitida a ideia, para espectadores que ainda não são apostadores, que ganhar com as apostas é fácil, pois iriam perceber que as leituras feitas ao jogo exigem trabalho e experiência assim como as táticas utilizadas requerem competências técnicas. .

Próxima entrevista

Entendam que as duas últimas reportagens são prejudicais porque utilizaram informações falsas e omissões graves, e contra isso, nada podemos fazer. Fá-lo-iam quer participasse, ou não, no programa e creio que não ter participado seria pior pois pareceria que tenho algo a esconder.

Precisamente por não ter nada a esconder, não vou mentir em relação aos números, nem vou dizer que a minha vida é um inferno, nem vou alugar um Fiat Punto para aparecer na reportagem. Primeiro porque a minha palavra vale muito e segundo porque já é do conhecimento público.
Posso adiantar-vos que aceitei o convite para participar no “5 para a meia-noite”. Durante a próxima semana vai-me ser completamente impossível, mas vou tentar ir aí a Portugal semana seguinte. Neste programa, vou fazer os possíveis para corrigir a ideia errónea com que alguns espectadores podem ter ficado após terem sido induzidos em erro pelas últimas “reportagens”.
Mais concretamente, que ganhar com as apostas é fácil e que nós não pagamos impostos. Espero ter também ter a oportunidade de introduzir a posição da ANAon sobre o modelo tributário a adotar para Portugal (ainda que brevemente porque entendo que não será o espírito deste programa). Percebi que é uma preocupação da comunidade frisar que nem todos os apostadores ganham muito dinheiro, e que por isso, não será justo uma taxa elevada. A vossa preocupação irá ser tida em conta, e irei passar a mensagem.

Aviso-vos no entanto que imagino que me perguntem as mesmas coisas de sempre (quanto ganha, o Ferrari, etc.) porque isso é notícia, e cada programa quer ter a notícia no seu espaço. Entendam que eu não busco isso. Porém também não tenho necessidade de esconder. Ainda assim procurarei, como prometido, encaixar a minha mensagem.

Respostas à comunidade

Agora o PR é que perdeu uma boa oportunidade (em horário nobre) de enquanto presidente da maior associação representativa de apostadores online, tentar chamar à colação temas que a todos nos são caros ainda mais nos tempos de hoje. Ainda que possa entender que porventura esteja limitado por algum guião que lhe tenha sido entregue e limitado aos critérios editoriais do programa, a sua aparição em nada acrescentou. Ao invés, repetiram-se coisas que já foram repetidas à saciedade…o Ferrari, o bom aluno, as propostas que teve quando deixou a faculdade, os milhões que ganha, etc…diria aliás que as reportagens em que entra se estão a tornar sempre iguais…

Enfim, não lhe tiro o mérito, ao menos faz mais do que eu…

Caro Peter:

Nunca aceitaria participar numa reportagem tendo que respeitar um guião.
Eu “não perdi uma oportunidade alertar sobre temas do nosso interesse”, a edição preferiu não incluir o que foi dito.

Passei dois dias com a repórter, abordamos vários assuntos. Posso dizer que fiquei com a melhor ideia da repórter (Sandra Sá Couto) (e do operador de camara) que fizeram o seu trabalho, ou seja, registaram tudo o que achei importante dizer. Sobre o trabalho de edição ( que não é feito por eles) não tenho qualquer controlo.

Em relação aos temas que são constantemente abordados nas reportagens sobre mim, teremos que entender que isso é a notícia. Espero que no médio prazo, a comunicação social se interesse por fazer uma abordagem diferente e mude o enfoque. Eu apenas mostro a verdade e digo o que penso sobre os determinados assuntos, não tendo qualquer poder para decidir o que é, ou não, mostrado.

o que me faz mais confusao e usando a minha sinceridade é como é que o paulo rebelo sendo presidente duma associaçao de apostadores num momento delicado como este, continua a passar estas imagens de easy money e luxos e ferraris e afins, quando essa nao é a realidade de 99,9% dos apostadores

Nao faz sentido! até porque a lei nao é virada pra paulos rebelos que ja estao com moradas noutros lados e passa a imagem errada dos reais apostadores a morar em portugal. Quem ve de fora pensa que isto é tudo a ganhar milhoes, nao admira que a propria sociedade comece a olhar para apostadores de lado.

A entrevista foi ao Paulo Rebelo, apostador profissional, não ao Paulo Rebelo, membro da ANAon. Ainda assim, concordo que ser o presidente da ANAon tem responsabilidades acrescidas.

Insisto que não sou eu quem passa a imagem de “easy Money”, é o critério jornalístico usado. Apenas digo e mostro a verdade, no meu caso.

Não me poderão pedir nunca para mentir ou para esconder qualquer aspeto da minha vida (que, ainda para mais, já seja público como ter aquele Ferrari), porque, primeiro, a minha palavra não tem preço e, segundo, porque não cometi nenhum crime e não tenho que me esconder.

Sendo crítico no que julgo que devo ser, também defendo a reportagem no seguinte: A reportagem não era sobre os apostadores em Portugal mas sim sobre apostadores/jogadores profissionais. Ou seja, não creio que fosse a obrigação desta reportagem explicar que nem todos os apostadores são assim.

Em relação às pessoas olharem para os apostadores de lado creio que fizemos uma importante evolução desde que aceitei conceder as primeiras entrevistas. Infelizmente, a sede de sensacionalismo e a falta de profissionalismo fez com que a imagem transmitida pelos últimos programas não tenha sido a mais correta e tenhamos dado um passo atrás, no entanto, creio, ainda assim, que o saldo, comparando há dois anos atrás, é bastante positivo.

Citar

Paulo, não achas que a tua posição como presidente da anaon ficou fragilizada com esta entrevista?

Não. Porque haveria de ficar?

Citar

Não sei como foi feita a edição da peça por parte da RTP, mas s de facto acreditas que eles distorceram as tuas palavras, não seria d fazer queixa?

Não tenho tempo para advogados e processos que, normalmente, sabemos serem inconsequentes.

Cumprimentos,
PR

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